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No tempo em que somente existia o papel e a pena o poeta escreveu: “tomei de minha pena e sob a tenue luz de uma vela, enchi minha alma de inspiracao comecei a rabiscar minhas ideias. Comecei a escrever sob o rangido da pena sobre o papel e o tinir do fundo do tinteiro a cada vez em que a molhava. Era um 'rasqui' e um 'tinqui' que me irritavam muito. Depois, quando errei a grafia das palavras excessivo exegese foi um porre maior ainda. Tive que rasgar a folha e comecar tudo de novo. Merda. A inspiracao foi pra puta que me pario. Apaguei a vela e fui deitar porque, alem de tudo, nao aguentava mais ouvir aquele 'crequi' 'prequi' do pavio queimando e aquele 'chiufiti' da parafina caindo no pires. E essa bendita tuberculose que nao me da sussego. Tenho que escarrar a cada dez palavras que escrevo porque tenho nojo de engolir essas ostras verdes que habitam meus pulmoes” Dante escrevia o seu Inferno somente durante o dia e so usava lapis com grafite lavavel. Quando errava, cospia na mao e esfregava o dedo sobre a palavra. Depois, assoprava a folha ate ela secar e escrevia por cima. Porco.
TEXTICULOS sao relatos explicitos de tudo aquilo que estava implicito. Nao saia desse blog antes de deixar um comentario. Mesmo que seja para me mandar a merda. Valeu.
Tuesday, July 18, 2006
Ostras Verdes
Posted by Renato Vargas Simoes at 10:55 PM
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