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O poeta Mellarme’ estava em busca de um verso que tivesse uma unica palavra. Um unica palavra que serviria para exprimir todo o sentimento e toda emocao que um verso deveria ter. Um vocabulo que fosse ao mesmo tempo verdadeiro, colossal, magnanimo, estupendo, franco, honesto, abrangente, delicado, sublime e que rimasse consigo mesmo e com todo o universo de rimas existentes em todos os versos do mundo. Nessa epoca ele estava vivendo o paroxismo de sua demencia poetica. Uma busca insana e dolorosa que acabou em nada,
como nao poderia deixar de ser. Tempos depois, seu filho, o Mellarmezinho, estava no meio de um jantar de familia. A avo' percebendo que ele estava o tempo todo calado, chamou a sua atencao: “O menino! Porque esta tao quieto? Fala alguma coisa...” E diferente de Mellarme’, o menino, num atimo, talvez inspirado naquela alegre reuniao familiar, achou o verso de uma unica palavra e a disse com a entonacao e a simplicidade que somente o filho de um grande poeta a diria:
“Cu”. Achou, Mellarme’?
2 comments:
ÓTIMO!!!! ADOREI!
Só vc mesmo!
Beijo
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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