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A capeta estava amuada. Sentada na sargeta, parecia que estava querendo chorar. “Ola Dona capeta” arrisquei puxar conversa. “Parece que nao esta muito legal hoje!? O que que ha?” “Nao esta vendo?” respondeu com uma voz miuda. “To tediosa. Nao to tendo muito o que fazer.” “ Nao tem o que fazer? Como assim?” insisti. “Nao esta sobrando muito coisa para eu fazer. As desgracas por si so estao pululando em toda a parte. Virou rotina. As criancas morrendo de fome e de guerra. Uma beleza, mas… enfim, a coisa ta de um jeito... tudo prontinho.” afirmou desolada. “Sei... entendi… deixa eu ver… quem sabe eu posso te dar uma forcinha. E se voce fizesse, de repente, alguns pobres se tornarem ricos? Nao precisa ser muitos. Assim: voce da riqueza a eles e em troca eles vao menosprezar, maltratar e ignorar os antigos amigos.” Seus olhinhos brilharam.”Sera?” “Pois e.” Completei. “Ai e que esta a graca da coisa. Eu aposto com voce que eles vao se tornar ricos, neo-liberais, e vao se esquecer de todo o resto.” “ok…” disse a capeta.. ”vou tentar” Desamuou.
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