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O aleijado, tetraplegico, vinha com sua cadeira de rodas descendo a ladeira no meio da multidao enquanto dizia com a voz clara e alta “Deus me fudeu! Deus me fudeu! Deus me fudeu!.” Repetia essas palavras a cada vez que dava impulso nas rodas de sua cadeira ou a cada vez que a segurava para que ela nao fosse bater contra as pessoas que adavam com as sacolas cheias de compras do Natal. As pessoas, quando ouviam o aleijado, se benziam, ou se afastavam o mais depressa que podiam e outras sorriam como se sorrissem de um palhaco. O aleijado bateu de frente com um padre de batinas pretas que nao o deixou passar sem pedir uma explicacao. O aleijado apenas falou: Deus me fudeu! O padre disse que isso nao era bem assim: que Deus tinha suas vontades e seus designios sagrados e que deveriamos repeita-los e aceita-los como bons cristaos. O aleijado pegou sua bengala que estava pendurada ao lado de sua cadeira bateu com toda a forca de seus bracos no saco do padre que ficou estirado no chao gritando: Filha da puta! Filha da puta! O aleijado seguiu com sua cadeira de rodas sem parar de repetir sua frase enquanto o povo ajudava o padre a se levantar e batiam o po de terra que havia colado em sua batina.
1 comment:
Ola Lela. Teve um caso que um caracagou no palco da pracinha onde a banda municipal tocava. A PM chegou prendeu o cagão e seu cachorro chamado Jesus. Jesus o cachorro? Não é o cagão. Como se explica isso.
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